O que fazer intercâmbio high school me ensinou

A Nani sempre quis estudar na Inglaterra e junto com a sua família ela decidiu fazer intercâmbio high school, ou seja, cursar uma parte do ensino médio fora do Brasil. Nos conhecemos no final de 2018 e em janeiro de 2019 começamos seu processo de mentoria e escolha da cidade e da escola.

Nani escolheu estudar em Brighton, uma cidade muito bonita, ensolarado e muito jovem no sul da Inglaterra, pertinho de Londres. As aulas dela começaram em setembro desse ano, mas ela já fez um monte de coisa incrível lá (inclusive ser uma aluna superadmirada pelos professores).

Ela escreveu esse post lindo e abriu o coração pra contar como ela viveu todo esse processo, como essa experiência tem transformado sua vida e quais as descobertas que ela já fez.

Meu intercâmbio não começou em setembro, mas sim em janeiro – oito meses antes de eu embarcar. E por mais que a gente ouça muitas coisas de mil pessoas diferentes sobre como foi a experiência delas, sempre tem mais mil dúvidas e expectativas na nossa cabeça. E mesmo ouvindo todo mundo, a gente nunca fica 100% tranquila antes de uma experiência dessas – e acho que nem é mesmo pra ficar.

Na esperança de me acalmar e diminuir minha ansiedade, eu passei muito tempo tentando comparar o meu intercâmbio com alguma experiência que eu já tivesse tido na minha vida, mas nunca encontrei. Entre idealizar, planejar, fechar a viagem e esperar, o meu intercâmbio teve diversas caras diferentes. E mesmo com algumas dificuldades, eu embarquei. E embarquei em uma experiência que já tinha começado e eu nem sabia.

É muito difícil resumir e dizer o que foi o meu intercâmbio em poucas palavras, mas o que eu sei de verdade é que ele não foi nada do que eu esperava, mesmo que eu já soubesse que seria tudo diferente.

Minha experiência é um misto de uma viagem como turista e uma vivência como moradora, mas às vezes sinto que não é nenhuma das duas coisas, e outras vezes parece ser tudo ao mesmo tempo.

Uma coisa que parece óbvia, mas que a gente não enxerga quando idealiza um intercâmbio é que não dá pra planejar tudo o que vai acontecer e nem esperar que vai ser só maravilhas. Afinal de contas, é muito tempo, né? Hoje, eu vejo que nem quando estou em casa, consigo planejar os próximos seis meses, imagina um intercâmbio inteiro?

Adaptação ao intercâmbio

Já na Inglaterra, o primeiro mês é o que passou mais rápido – claro! É muita novidade, tudo encanta. Eu achei a adaptação uma fase bem contraditória, a mais fácil e a mais difícil ao mesmo tempo, porque é quando tem muita coisa nova que deixa a gente empolgada, mas também é quando você percebe que não está mais em casa e que as coisas são diferentes agora.

Pra falar a verdade, a fase de adaptação dura o intercâmbio inteiro, rs. É claro que cada estudante tem uma forma de encarar, mas no geral é muito difícil desligar de tudo do Brasil e mergulhar de cabeça, e nem todo mundo consegue.

Duas vidas

Faz parte do intercâmbio ter duas vidas diferentes e saber administrá-las é uma parte importante, tentando ter tempo suficiente para viver as duas na mesma intensidade. Essa foi uma das maiores dificuldades que tive e, provavelmente, foi o que fez a experiência mais difícil. É inevitável que uma hora a gente fique com saudades ou vontade de estar em outro lugar, mas essa saudade faz parte da vivência.

E de verdade? A saudade não vai embora e isso tem um lado bom. É ela que faz a gente viver ainda mais o momento presente, porque a gente entende que quando o intercâmbio acabar a saudade que vai ficar vai ser a dele.

Aprendizados sobre fazer intercâmbio high school 

De um jeito ou de outro, a gente passa por todas as coisas que aparecem. De um jeito ou de outro, a gente aprende a viver com a saudade. De um jeito ou de outro, a gente aprende a fazer aquele lugar estranho parecer um pouquinho com a nossa casa. E de um jeito ou de outro, a experiência sempre vale a pena.

Entre coisas boas e ruins, uma hora o intercâmbio acaba. E claro que voltar para casa é ótimo, às vezes até um alívio. Mas eu sei que vai dar saudades.

Fazer intercâmbio expandiu minha visão, me ajudou a ver muitas coisas de jeitos diferentes, inclusive a mim mesma. E no fim ser estrangeira por um tempo acabou me tornando muito mais brasileira.

Obrigada por ler <3

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